Ira
- Fabiana Gusmão
- 12 de jan. de 2024
- 4 min de leitura
Atualizado: 19 de jan. de 2024
Existem dois aspectos para a capacidade de irar-se: um bom e um pecaminoso. Todos têm o potencial para ficarem irados quando observam uma injustiça, um ato de violência arbitrária ou de crueldade. Esse é um tipo de ira justa, não pecaminosa.
No entanto, mesmo a ira justa pode rapidamente se transformar em ira injusta quando deixada sem solução; “não se ponha o sol sobre a vossa ira” Efésios 4:26. Por essa razão devemos vencer a ira da forma mais rápida possível.
A ira justa sempre busca os objetivos de Deus. Ela sempre deseja o que Deus deseja: justiça, equidade, bondade e amabilidade. Ela é centralizada nos outros.
Por outro lado, a ira injusta sempre busca os objetivos e direitos pessoais. Ela é centralizada na própria pessoa e surge quando diretos pessoais são negados. Essa ira é caracterizada por atitudes de cobrança. Raramente ela é satisfeita.
Eclesiastes 7:9 indica que a ira, ou a irritação, abriga-se no íntimo dos tolos. A pessoa insensata permite que a ira germine e contamine seu coração. O coração se recusa a ficar satisfeito com qualquer coisa que não seja sua própria ambição egoísta.
Se você visse alguém maltratando uma criança, isso deveria deixá-la irada. Uma injustiça está sendo cometida, assim como um ato criminoso. Deus a criou com a capacidade de ficar intensamente irada ao ver tal comportamento mau contra uma criança indefesa. Quando você experimenta uma ira como essa, é uma ira justa que você está sentindo.
Se uma amiga sua fizer algo que te desagrada e, em consequência, você se magoar e não se sentir amada, uma ira injusta pode brotar em seu coração. A fonte da sua ira é a conclusão de que seu direito pessoal foi negado. Nesse momento você só pensa em si mesma e não tem nenhuma compaixão de sua amiga.
A Bíblia tem a receita perfeita para seguirmos quando formos feridas pelos outros:
“Não paguem a ninguém mal por mal; procurem fazer o bem diante de todos. Se possível, no que depender de vocês, vivam em paz com todas as pessoas. Meus amados, não façam justiça com as próprias mãos, mas deem lugar à ira de Deus, pois está escrito: ‘A mim pertence a vingança; eu é que retribuirei, diz o Senhor.’ Façam o contrário: ‘Se o seu inimigo tiver fome, dê-lhe de comer; se tiver sede, dê-lhe de beber; porque, fazendo isto, você amontoará brasas vivas sobre a cabeça dele.’ Não se deixe vencer pelo mal, mas vença o mal com o bem”. Romanos 12:17-21
A ira é uma paixão volátil e, quando inflamada por desejos injustos, é destrutiva. Se você permitir que tal ira governe sua vida, ela destruirá seus relacionamentos mais próximos, porque ninguém quer viver perto de um vulcão ativo. Seus amigos e familiares nunca terão certeza de quando você entrará em erupção. Se permitir que seus acessos de raiva dominem suas reações, você logo acabará isolada e sozinha, pois as pessoas começarão a evitá-la. Ainda pior que essas consequências, a ira injusta é um pecado contra Deus.
Jesus disse: “Vocês ouviram o que foi dito aos antigos: ‘Não mate. E ainda: ‘Quem matar estará sujeito a julgamento.’ Eu, porém, lhes digo que todo aquele que se irar contra o seu irmão estará sujeito a julgamento; e quem insultar o seu irmão estará sujeito a julgamento do tribunal; e quem o chamar de tolo estará sujeito ao inferno de fogo.” Mateus 5:21,22 Jesus associa um coração irado a um coração assassino.
O estresse e a dor podem facilitar que você busque um alvo próximo para descarregar suas frustrações. Normalmente esses alvos são as pessoas mais fracas ou menos ameaçadoras à sua volta, porque você presume que eles não reagirão com retaliação, pelo menos não de uma forma que irá machucá-la consideravelmente.
Em última instância, contudo, sua ira é contra Aquele que você acredita ter permitido que acontecesse essa situação desagradável. Ficamos ofendidas com Deus e o culpamos por ter nos colocado em situações que nos forçaram a reagir com ira.
Na Bíblia está escrito que Deus não tenta as pessoas a pecar. Em vez disso, cada um é tentado por suas próprias cobiças. A paixão ou cobiça desenfreadas, que não se submetem à vontade de Deus, são pecaminosas.
Assim como um bebê se desenvolve e cresce, se a cobiça for deixada sem controle, amadurecerá e aumentará provavelmente de forma imperceptível. A cobiça dá à luz ao pecado completamente desenvolvido. Assim como o bebê não pode ficar na barriga da mãe para sempre, a paixão crescente da cobiça também não será capaz de permanecer em silêncio. Mais cedo ou mais tarde, ela sairá para que todas a vejam numa manifestação clara de ira.
A mulher que permitiu que o desejo se transformasse em ira pecaminosa deve se arrepender desse pecado e mudar a visão que tem de si mesma e da situação na qual Deus a colocou. É preciso desenvolver um coração humilde e submisso. O arrependimento a tornará capaz de começar a resistir às tentações de ficar irada e atacar verbalmente os mais próximos.
Para a Psicologia, a ira é como uma chaleira de água fervente que explodirá a menos que o vapor seja liberado. Mas do ponto de vista bíblico, extravasar a ira não atinge a fonte do problema. Em vez disso, deve apagar o calor debaixo da chaleira abordando esse problema como uma luta dentro do seu coração e lidando com suas cobiças.
Precisamos estar prontas e dispostas a ouvir a Deus por meio da sua Palavra. Somente a verdade da Palavra de Deus reorganiza nosso comportamento e examina os compartimentos mais vergonhosos do nosso coração.
Para ouvir com atenção é necessário parar de falar. A Bíblia alerta para sermos tardias para falar quando estivermos iradas. Ao falarmos quando deveríamos estar ouvindo interrompemos o valioso discernimento que nos falta. Que discernimento é este? A Palavra de Deus em nós.
Oremos a Deus para que suavize nosso coração a fim que ele esteja aberto para a obra dEle de persuasão e crescimento.
Resumo do capítulo 1 do livro "Aconselhamento para mulheres" de John D Street e Janie Street. Nutra Publicações.

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